Sento me em torno desse buraco apoiando minha sombra
dentro desse abismo.
Vejo um sol tão fundo no alto que num da pra enxergar seu
fim.
Um lápis que rasga a pele cada centímetro mais longe de
registrar a palavra.
Mas agora tudo é tecnologia e eletrônicos e ele manda uma
mensagem de amém para que sempre se sinta melhor daquilo que concebe como
auto-indulto. Ufa, dessa vez consegui mais uma vez!
Separa a sombra do chão, cola-a no sol. Pra não ter que
ficar olhando pro chão o tempo todo, sem contar que o brilho ofusca a visão.
Ufa, consegui dessa vez mais uma vez!
Um pulo. Onde é mesmo que estava o lance do auto-indulto?
Ah sim, um sinônimo de flagelo agora. Mas tente esquecer, nem sempre se deve
dizer as coisas mesmo.
Mas ainda sentado aqui, mas tudo agora se parece com o
lado de fora de uma porta, e assim dizemos pras nossas mamães: estou indo la
fora, ta?!
Só que o medo sempre nos traz de volta, incoerente, meio
que quase.
No inverno temos cheiro de solidão debaixo dos cobertores
e nos sentimos quentes. É tão sentido sentir.
Mais um amanhã por favor.
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