sexta-feira, 27 de maio de 2011

As cores e seus outonos.



As cores mais nobres, as flores mais breves, as luzes mais exuberantes, nascem agora. Tapetes de ipês pelas ruas, a cidade parece resplandecer em beleza cintilante. E que o mato cresça, ele ta mais verde agora.
É como se você pudesse sentir os sabores frescos e refrescantes das cores, e o cheiro?! Da até pra tocar! E com tanta exuberância e exatidão, você começa a ouvir uma musica que jamais ouviu ou ouvirá em reprodução, como uma sinfonia que evolui 24 horas por dia durante todo o outono inteiro. Os azuis são os tons graves, como os do baixos, tímpanos e a tuba; os amarelos soam como vibra fones; os laranjas, as cornetas e todos os outros metais; os vermelhos, os violinos; os rosas, as flautas; os verdes, os cellos; os brancos, os pianos; são tantos tons de cor e de som que o peito explode!
E de repente uma buzina e uma freiada longa ecoa de longe, e a voz de um “Féladaputa” brota das profundezas da vida robotizada e recita: Vai fotografar na casa do caraleo, seu imbecil!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Criaturas de Argila.


Um tanto espasmico dentro dessa onda de calor aquecendo uma fronte apenas,
olha o gato que pula dentro dos buracos de sua cabeça buscando frescor, a sede pairou.
Buscar o inexplicável, abandonar os livros de significados, furar a alma, sempre.
Dizem que o ser único já não importa mais, mas sem um sequer, não há o todo.
Ela gosta da destreza de esperar o momento dos joelhos batendo ao chão, mas ela estende a mão, e pega um martelo gigantesco. Menina linda de olhos negros, por que foi que você beijou a cara do palhaço ontem a noite?!
Quebre ele ao meio, já!
Nunca empunhe um martelo se não vai usá-lo. É peso demais pra sua pequenina existência.